sexta-feira, 10 de julho de 2009

Tudo em nossas mãos

Um conceito de paz seria: estado de tranqüilidade, longe de problemas...
Como algo que parece tão simples torna-se alvo de estudos, discussões, tema de semana cultura? A paz é um estado! (Entenda-se estado mental/físico, não civil). A paz torna-se alvo de debates e tentativas de formulações de seu conceito porque é inatingível!
Na última segunda-feira, 06/07/2009, o professor Donarte fez a seguinte reflexão:

- No momento que A mata B, é impossível trazer A de volta (o que seria aparentemente mais justo). É possível que se faça justiça?
Roberto interviu imediatamente/instintivamente:
- PENA DE MORTE!
- Aí seria necessária uma LEI! Então o estado “faria a justiça”. – replicou o professor nada surpreendido com a resposta de Roberto.

No pequeno trecho da aula acima transcrito, temos uma clara demonstração de que a injustiça, uma vez manifestada é incorrigível! Não estou dizendo que é irremediável, mas que é impossível fazer justiça ABSOLUTA sobre uma injustiça.
E a paz? Porque se diz que a paz é fruto da justiça? A justiça é mãe da paz? A Paz é filha da justiça?
Como eu havia dito anteriormente a paz é um estado de espírito, o melhor deles! O problema é que para que se atinja este estado absolutamente, precisamos ter todos os nossos problemas resolvidos, e isso não é pouca coisa. A resolução dos nossos problemas é impossível pois depende de que nós, de uma hora para outra passemos a construir um mundo perfeito. E aí entra política perfeita, distribuição de renda perfeita, igualdade, respeito mútuo, consciência ecológica, enfim... uma infinidade de coisas perfeitas. Entre elas a justiça! A justiça é um dos pré-requisitos para a obtenção da paz. E é por isso que se diz que a paz é fruto da justiça, porque a paz depende da justiça para existir.
E a justiça? De que ela precisa para existir?
A justiça para existir precisa da coisa mais importante do mundo: nós. E nós que somos os únicos no Universo que não dependemos de nada pra existir, simplesmente ignoramos isso e tratamos de existir.

Um comentário:

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Fan-tás-ti-co, Felipe!
Realmente uma reflexão cheia de desenvoltura!
Podemos, ainda, penso eu, acrescentar um ponto, qual seja: a Paz não é só um estado, ela é uma decisão, e, ainda mais, uma atitude! Vejamos:
Eu posso estar me sentindo em Paz, tranqüilo, sossegado, etc. Mas, se alguém chega perto de mim e faz algo que eu não esperava eu posso até morder! Isso é Paz!? Ora a pessoa estava num estado de Paz, mas, mesmo assim, tomou uma atitude violenta! Ou seja, foi “arrancada” daquele estado de sossego e bateu noutra. Então, a Paz verdadeira não é só um estado (pode até ser também), mas pressupõe a decisão de não ser violento em hipótese alguma! Mas também, nesse caso, só a decisão não basta: eu posso estar decidido a não agredir ninguém, e, assim que alguém se aproxima e “incomoda”, agrido. Nesse caso, a decisão anterior (a opção pela Paz) não se concretizou. Assim, para a Paz verdadeira, como tu escreveste (e escreveste muito bem!), o que conta é a atitude. Quando temos uma atitude pacífica a Paz deixa de ser um estado meu e passa a ser uma realidade de todos: depende de nós, e, claro, da Justiça (sendo que esta última, fechando o ciclo, também depende de nós!).
Abração do prof.,
Donarte.